terça-feira, 3 de novembro de 2009

Morre aos 100 o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss


''ACHO QUE NÃO EXISTE MAIS ARTE'' Lévi-Strauss  - fotografia pintura indigena brasileira 1932 
O antropólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss morreu nesta terça-feira, 3, aos 100 anos de idade. Lévi-Strauss lecionou na Universidade de São Paulo nos anos 30. Aqui, realizou seus primeiros estudos de etnologia entre populações indígenas, trabalho que desenvolveu ao longo da vida e que o transformou num clássico obrigatório das ciências humanas.  "Estudou na Universidade de Paris e demonstrou verdadeira paixão pelo Brasil, conforme registrado em sua obra de sucesso 'Tristes Trópicos', em que conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do país. Lévi-Strauss completaria 101 anos no fim deste mês".
A França reagiu emocionalmente a sua morte, com o presidente francês Nicolas Sarkozy se juntando a oficiais do governo e políticos em tributos ao antropólogo. O ministro do Exterior, Bernard Kouchner, elogiou sua ênfase em um diálogo entre culturas e disse que o país perdeu um "visionário". Sarkozy honrou o "humanista incansável".
A Academia Francesa disse que planeja um tributo ainda nesta semana. Com um programa de filmes, leituras e reflexões sobre sua contribuição ao pensamento moderno. A editora informou apenas sobre a morte de Lévi-Strauss sem dar mais detalhes sobre as causas ou o lugar onde aconteceu. No entanto, de acordo com colegas da Escola de Estudos Sociais, Lévi-Strauss morreu na madrugada do domingo.
Lévi-Strauss foi reconhecido no mundo todo por ter reestruturado a antropologia, introduzindo novos conceitos em padrões de comportamento e relacionamento especialmente através de mitos, em sociedades primitivas e modernas. Durante sua carreira de seis décadas, ele escreveu livros como "Saudades do Brasil" e "O cru e o cozido".
Foi com "Tristes Trópicos", de 1955, que o antropólogo alcançou a fama: um relato do período em que viveu no Brasil entre 1935 e 1939, bem como das expedições que fez ao norte do Paraná, Mato Grosso e Goiás, onde conviveu com tribos indígenas. O livro é considerado um dos mais importantes do Século 20.
Lévi-Strauss, que teria completado 101 anos em 28 de novembro, influenciou de maneira decisiva a filosofia, a sociologia, a história e a teoria da literatura. Américo Mariano/ Divulgação

Um comentário:

Bárbara Hartz disse...

É uma grande perda. Cabe a nós, agora, divulgar a sua obra e fazer com que a geração que se educa on-line a conheça. O seu blog é um bom instrumento. Parabéns, Regina.