Depois de ter sessões canceladas ao longo do evento, Lebanon, de Samuel Maoz, foi o filme exibido no encerramento da 33 Mostra de Cinema Internacional. Digno fecho, com o vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza.
O filme foi considerado muito bom pela crítica internacional presente em Veneza, mas não deixou de levantar alguma polêmica. Maoz transpõe sua experiência como soldado na Guerra do Yom Kippur para a ação. De forma consciente, limita o campo de visão ao interior de um tanque de guerra que avança com quatro soldados sobre território inimigo. A maior parte do que acontece lá fora chega ao espectador através dos sons. Ou por meio da pequena câmera com que os ocupantes do carro forte veem o exterior. Assim, é um trabalho de autolimitação, que aumenta e muito as possibilidades dramáticas da obra. O medo não está tanto no que se vê mas no que não se vê, ensinam os mestres do terror, a começar por Hitchcock. E isso se aplica para a situação de guerra. Maoz, um estreante em longas-metragens, sacou bem esse dado.
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