SÃO PAULO (Reuters) - O dólar retomou a trajetória de queda ante o real nesta quinta-feira, refletindo ingressos de recursos e a redução de apostas na alta da moeda norte-americana no mercado futuro.
A desvalorização do dólar no cenário externo e o bom humor das principais bolsas de valores também colaboraram. A sessão, contudo, mostrou volatilidade, espelhando as incertezas que ainda permeiam a economia mundial.
A moeda norte-americana terminou em baixa de 0,65 por cento, a 1,822 real na venda, oscilando entre recuo de 0,98 por cento na mínima do dia e alta de 0,38 por cento na máxima.
No mercado futuro, a taxa referente ao contrato para outubro, o mais líquido, apontava baixa de 0,71 por cento às 16h20.
"A alta nas bolsas dos Estados Unidos e do Brasil mostra uma melhora na situação econômica como um todo. Isso leva a um ambiente mais propício a ativos de risco, colaborando para a queda do dólar", avaliou o operador de câmbio da Flow Corretora, Gabriel Aguilera.
esta sessão, os investidores assumiam uma postura mais positiva animados por perspectivas melhores no setor corporativo. O entendimento é de que prognósticos otimistas para empresas sugerem uma recuperação no consumo, elemento crucial à recuperação da economia norte-americana.
Somado a isso, um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou queda nos pedidos novos e contínuos de auxílio-desemprego, desempenho melhor que o estimado.
O ambiente mais calmo motivava aplicações em ativos considerados de maior risco, entre eles as moedas de alguns países emergentes, como o rublo russo e o peso mexicano. Isso colaborava para a manutenção do dólar no menor nível em quase um ano frente a uma cesta com as seis principais moedas globais.
Aguilera, da Flow Corretora, citou ainda o desmonte de posições compradas de investidores estrangeiros no mercado futuro como mais um componente para a queda do dólar.
Na véspera, segundo números da BM&FBovespa, os não-residentes sustentavam 1,720 bilhão de dólares em posições compradas em dólar futuro e cupom cambial (DDI). Essa exposição, na prática, revela apostas na alta da divisa norte-americana. No dia 1o, esse número era de 5,364 bilhões de dólares.
"O investidor estrangeiro vem 'desmontando' posições desde a semana passada, e deve seguir com esse movimento", considerou(José de Castro)
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