terça-feira, 8 de setembro de 2009
[bruno gagliasso] New Comment On: Arte e Loucura
Author: Ariny BianchiComment:Quando li essa sua postagem, me veio a cabeça vários artistas, mas Camille Claudel e Frida Kahlo foram as que mais me fixaram. Duas vivências distintas. Frida de fato sofreu muito em toda sua vida, Camille tinha o apoio do pai. Frida buscou a vida a luta, Camille se entregou a loucura. Ao final as duas tiveram um mesmo fim. Qual seria a explicação então?Agora entro no seu questionamento e falo sobre Camille Claudel - escultora parisiense.Camille com o dom artístico desde muito nova tem o apoio de seu pai, sua mãe já a impede de prosseguir, mas Camille continua. Até aí não é muito diferente de histórias comuns.A ARTISTA Camille como muitos outros artistas, ao meu ver, sofre de um alterego obstinado. A vida inconsciente se confunde com o consciente e se forma introspectiva. Camille se afundou em suas obras, caiu de cabeça, se entregou ao barro, ao carrara. Resultado disso, ela viveu tua obra e não o teu mundo. Claramente se vê isso em muitos artistas. Vivem tuas personagens tão afinco que acabam se distanciando do real e com tantas obras a impessoalidade se aproxima e a personalidade se distancia. Arrisco dizer que é esse o preço que se paga ao dom. A loucura. Loucura essa que nos presenteia com líricas obras grafadas, esculpidas, pintadas, cantadas, tocadas, encenadas, rabiscadas, fotografadas pelo mundo a fora. "E o que é um autêntico louco?É um homem que preferiu ficar louco, no sentido socialmente aceito, em vez de trair uma determinada idéia superior de honra humana.Assim, a sociedade mandou estrangular nos seus manicômios todos aqueles dos quais queria desembaraçar-se ou defender-se porque se recusavam a ser seus cúmplices em algumas imensas sujeiras.Pois o louco é o homem que a sociedade não quer ouvir e que é impedido de enunciar certas verdades intoleráveis." Van Gogh por Artaud:Não, van Gogh não estava louco, mas suas telas eram jorros de substância incendiária, bombas atômicas cujo ângulo de visão, ao contrário de toda a pintura com prestígio na sua época, teria sido capaz de perturbar seriamente o conformismo espectral da burguesia do Segundo Império e dos esbirros de Thiers, Gambetta, Félix Faure, assim como os de Napoleão III.Pois a pintura de van Gogh ataca, não um determinado conformismo dos costumes, mas das instituições. E até a natureza exterior, com seus climas, suas marés e suas tormentas equinociais não pode mais manter a mesma gravitação depois da passagem de van Gogh pela Terra. "Quanto à mão assada, trata-se de heroísmo puro e simples; quanto à orelha cortada, pura lógica direta, e repito,um mundo que, cada vez mais, noite e dia, come oincomível para fazer sua maléfica vontade alcançar seus objetivosnão tem outra alternativa nessa questãoa não ser calar a boca." Pois é, assim caminha a humanidade!
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