A chancelaria hondurenha exigiu do Itamaraty o envio de uma nota diplomática para acatar o pedido feito por De Paula de ir e vir à embaixada brasileira. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, rechaçou a hipótese de encaminhar um texto formal, com timbre oficial, a Tegucigalpa e já afirmou em diversas ocasiões que não reconhece o governo de facto.
Enviado pelo Itamaraty na sexta-feira, De Paula assumiu a responsabilidade de revezar-se com o encarregado de negócios da embaixada, Francisco Catunda Resende, em turnos de 24 horas, enquanto Zelaya e cerca de 50 colaboradores permanecem sob abrigo do governo brasileiro. Como possui passaporte diplomático em Honduras, Catunda poderá ingressar e sair do prédio sem problemas.
Com a chegada de Zelaya ao prédio, na segunda-feira da semana passada, a administração da embaixada passou a funcionar na casa de Catunda que, nos últimos dias, encarregou-se da contabilidade e do pagamento dos funcionários. O prédio, hoje cercado por tropas do Exército e da Polícia Nacional hondurenha, serviu, no passado, como residência dos embaixadores brasileiros; entre eles, o diplomata e escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto.
Apesar do ultimato do governo de facto, que deu prazo até terça-feira para os diplomatas brasileiros saírem do edifício e deixarem o país, De Paula não pretende abandonar o local. Catunda informou que não sairá de Honduras nem deixará de ir à embaixada.DENISE CHRISPIM MARIN - Agencia Estado
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