sábado, 4 de maio de 2013

França nos cinemas Festival Varilux de Cinema Francês


Cena do longa "Adeus, minha rainha", de Benoît Jacquot
Em 1789, a notícia da tomada da Bastilha causa um alvoroço na Corte de Versalhes. Enquanto nobres e serviçais tentam encontrar formas de abandonar o castelo, Sidonie Laborde (Léa Seydoux) só tem olhos, ou melhor, palavras para a rainha. A jovem leitora de Maria Antonieta (Diane Kruger) deseja continuar ao lado de sua ama a todo custo. Entretanto, a rainha guarda todos os seus cuidados e atenções para outra jovem:

 a duquesa Gabrielle de Polignac (Virginie Ledoyen).
É sobre este momento da história da França que se debruça o diretor Benoît Jacquot em Adeus, minha rainha, longa de atmosfera sensual e figurinos elaborados. O filme, um dos líderes de indicações ao último Prêmio César, integra o Festival Varilux de Cinema Francês.

Este ano, em sua 12ª edição, o Festival visita mais de 40 cidades, exibindo 15 longas em cerca de 70 salas de cinema. Cumprindo a tradição de trazer representantes de alguns filmes para debates com o público, passaram por São Paulo e Rio de Janeiro os
diretores Danièle Thompson (Aconteceu em Saint-Tropez),
Benoît Jacquot (Adeus, minha rainha),
Agnès Jaoui (Além do arco-íris),
 Michel Leclerc (Anos incríveis),
Jean-Pierre Améris (O homem que ri),
Philippe Le Guay (Pedalando com Molière) e
 Jean-Paul Lilienfeld (Prenda-me), além dos atores
Arthur Dupont (Além do arco-íris e Os sabores do palácio) e
 Christa Theret (O homem que ri e Renoir).
Além da temática histórica, como no caso de Adeus, minha rainha, outras especialidades francesas servem de ingrediente para os longas. Em Renoir (Gilles Bourdos)

e Camille Claudel 1915 (Bruno Dumont) há um mergulho no mundo da arte; a gastronomia aparece em
OS SABORES DO PALÁCIO()
Os sabores do Palácio (Christian Vincent), o teatro em Pedalando com Molière (Philippe Le Guay)O Homem que Ri
 e a literatura em O homem que ri(Jean-Pierre Améris).

O Homem que Ri : Foto Gérard Depardieu
 
Novos rostos
Jean-Pierre Améris conta que O homem que ri, inspirado no romance homônimo de Victor Hugo, é sua paixão desde a adolescência. “Sempre achei a obra fascinante. Na adaptação, tentei
O Homem que Ri : Foto Jean-Pierre Améris
mostrar a atualidade do romance, que muito tem a ver com a crise e a desigualdade que vivemos hoje”.

 O longa conta a história de dois órfãos – Gwynplaine, cuja cicatriz no rosto dá a impressão de que está sempre sorrindo, e Déa, uma garota cega. Ambos partem estrada afora fazendo espetáculos.

O Homem que Ri : Foto Emmanuelle Seigner, Marc-André Grondin
Déa é interpretada por Christa Theret, um dos novos rostos do cinema francês. A atriz,
filme rindo a toa poster Rindo à Toa
indicada ao César de Melhor Jovem Esperança Feminina em 2010 pelo papel de Sophie Marceau em LOL –
Rindo à Toa
 Rindo à toa, da diretora Lisa Azuelos, gosta de trabalhar com diretores diferentes. “Cada um tem uma maneira de dirigir, o que faz com que cada atuação seja diferente também”, diz.

Arthur Dupont, outro jovem ator, completa: “Mesmo sendo jovens, nós sofremos a mesma pressão de um grande ator. Temos que atender às expectativas dos diretores”.
Também em 2010, Dupont foi indicado ao César de Melhor Esperança Masculina pelo filme Bus Palladium, de Christopher Thompson.
Os diretores enxergam com bons olhos o fato de ter essa nova geração de atores estrelando seus
filmes. “Não há muito mérito em mostrar o trabalho de uma grande atriz consagrada. O mérito está em mostrar uma boa atuação de uma jovem atriz”, argumenta Benoît Jacquot que, em Adeus, minha rainha, dirigiu Léa Seydoux.
Francês é “cult”?
Além do Arco-Íris : Poster
Agnès Jaoui, que traz ao Brasil o filme Além do arco-íris, acredita que os filmes franceses estão, aos poucos, deixando de ser “cults” diante dos brasileiros.
 Para a diretora, isso acontece porque o cinema francês traz filmes novos e diferentes e, também, porque “sendo indicados ao Oscar eles acabam ficando mais populares. Me entristece, porém, que seja graças aos EUA que entremos em contato com outras culturas”, afirma a diretora, apaixonada por música brasileira e fã do filme Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto (1976).
Festival Varilux de Cinema Francês
Onde: diversas salas de cinema do Brasil
Quando: 1 a 16/05
Quanto: preço de cada sala

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