sábado, 20 de outubro de 2012

Seu cérebro sob o efeito da pseudociência: a ascensão da neurobobagem popular

Uma pestilência intelectual se abate sobre nós. As prateleiras das livrarias estão entupidas de livros que prometem explicar, por meio de estudos de imageamento cerebral bonitinhos, não apenas como o pensamento e as emoções funcionam, mas os mecanismos da política e da religião, bem como respostas a controvérsias filosóficas milenares.
Foto: "Acho difícil que um indivíduo contemplando o céu possa dizer que não existe um criador."

Abraham Lincoln

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 As exuberantes conquistas das pesquisas do cérebro são rotineiramente obrigadas a responder perguntas para as quais não foram criadas para responder. Trata-se da praga do neurocientificismo – também conhecido como neurobaboseira, neurobobagem ou neurolixo – e ela está em todos os lugares.
 Foto: by National Geographic - Eclipse - Silhouette - Observer

Photography

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É possível literalmente tropeçar sobre volumes que prometem “que os mistérios mais profundos do que nos torna quem nós somos está gradualmente sendo elucidado” pela neurociência e psicologia cognitiva. (Até cientistas praticantes às vezes fazem afirmações grandiosas para o seu público, talvez atendendo à pressão de seus editores).
Foto: Há momentos na vida, em que se deveria calar 
e deixar que o silêncio falasse ao coração, 
pois há emoções que as palavras 
não sabem traduzir ...
 Em geral, a explicação “neural” se tornou o padrão áureo para a exegese de não ficção, adicionando a sua própria marca composta por um coletivo de elementos de jaleco e estudos auxiliados por computadores a todo um novo setor de charlatanismo intelectual que pretende desvendar até mesmo fenômenos socioculturais complexos.
A iluminação é prometida em um nível tanto pessoal como político pelo iluminismo de araque do setor da neurologia popular. Como eu posso me tornar mais criativo? Como eu posso tomar decisões melhores?
Foto: Nossas dúvidas são traidoras 
e nos fazem perder o que, com freqüência, 
poderíamos ganhar, 
por simples medo de arriscar ...
Como eu posso ser mais feliz? Mais magro? Não tema: as pesquisas do cérebro têm as respostas. Trata-se de autoajuda revestida de ciência séria. Os conselhos são o gancho para quase todos livros desse tipo. Em uma época autocongratulatória e igualitária, não é mais possível dizer às pessoas que se aprimorem moralmente, de modo que o autoaperfeiçoamento é ensinado em termos instrumentais e cientificamente aprovados.
Foto: Eu sei que atrás desse muro
e desse universo de aparências,
das diferenças todas, 
a esperança é preservada ...
Diz-se que o cérebro humano é o objeto mais complexo do universo conhecido. O fato de que parte dele “acende” em uma imagem de fMRI não quer dizer que o resto está inativo; nem é óbvio o que exatamente é indicado pelo acendimento dessas partes; assim como também não é simples inferir lições de vida a partir de experimentos conduzidos sob condições altamente artificiais.
Foto: O problema das mentes fechadas é que geralmente vem acompanhadas de bocas abertas.
Também não temos a mínima ideia a respeito do maior mistério de todos – como pode um bolo de massa cinzenta produzir a experiência consciente que você está tendo agora mesmo ao ler esse parágrafo? Como pode o cérebro engendrar a mente? Ninguém sabe.
Foto: Se um grande homem cair, mesmo depois da queda, ele continua grande.

Sêneca
Sob esse ponto de vista, é possível fazer um humilde diagnóstico preliminar a respeito do erro
Foto: Pior que não terminar uma viagem,
é nunca partir ...
intelectual crônico dos picaretas pop do cérebro: estes equivocadamente presumem que nós sempre sabemos como interpretar tais informações “ocultas”.
Foto: Curta Nossa página: Espírito Psicodélico
Os mascates do neurocientificismo são os teóricos da conspiração do animal homem.

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