Faltou "QTAIS"para tantos amigos que foram prestigiar o lançamento do livro do querido poeta TURIBA, que contou com a presença de poetas Nicolas Behr, Chico Dias, Oviromar Flores,Luiz Martins,Gougon ,Carlos Henrique e tantos outros da cena cultura da cidade não teria espaço para citar cada um presente nesta noite Cultural e também agradecer Martica Cafe propociona uma "muvuca" gostosa.BRASILIA ABRE O CORAÇÃO PARA O TURIBA
Vanessa Aquino
Publicação: 24/03/2014 16:00 Atualização: 24/03/2014 11:01
A poesia de Luis Turiba é versátil, como ele próprio tem se mostrado ao longo da carreira como poeta e jornalista. Os versos do novo livro Qtais transitam por reflexões que tocam na consciência de cidadania, na sensibilidade ambiental e que passam pelas delicadezas da natureza e pelas contradições que fazem da vida pesada e suave, na mesma medida. Repleto de poesias, inclusive sobre Brasília, cidade onde o autor viveu por mais de 30 anos, o livro de Luis Turiba será lançado hoje, no Martinica Café.
A primeira opção para o título seria Poemas selecionados, uma vez que Turiba levou seis meses lendo 800 poemas para escolher 80. “ É o fechamento de um ciclo que começou em 1977, com Kiprokó, editado no Rio. Mas aí uma amiga, com quem conversei muito sobre a edição, me disse que o título era muito acadêmico. Como durante todo o processo de edição perguntei muito, pois sou mais interrogativo que afirmativo, resolvi jogar um título no plural. Escolhi com a Luca, minha namorada-parceira-companheira. E musa. É o plural de Que Tal? São tantos que virou Qtais, quase quintais. Arnaldo Antunes me disse que adorou esse título. Qtal uma parceria?”
A seleção apresenta, de fato, uma zona de conforto para o poeta, onde se mostra muito à vontade nos quintais por onde transita, seja pelas ruas do Rio, pelas estradas de Minas Gerais ou quadras de Brasília. Alguns temas, porém, podem causar algum desconforto ao leitor, como a reflexão sobre o caso Amarildo, ajudante de pedreiro que desapareceu na Rocinha. Nos versos de Turiba ecoam o sentimento de muitos brasileiros: “Enquanto o Amarildo não aparecer / mesmo os seus restos mortais / por mais vivos que estejam / também serei um desaparecido / desta vida de merda e medo / desaparecido de vergonha / de nojo tristeza e vômito / entre o gás lacrimogêneo / tiros de borracha e eletricidade / jatos de spray de pimenta / sem carteira de identidade / bolsa família ou título de eleitor / Amarildo sumiu nas mãos de quem deveria tê-lo protegido / contra as covas dos leões famintos / sumido, o pedreiro é uma pedra viva / no calcanhar de beltranos e sicranos aparecido, é prova contra os bandidos do tráfico do trâmite da repressão bruta e descabida. / Onde está Amarildo? / enquanto não aparecer, também eu serei um des... apa... re... ci... do”.
"Poesia não
é leitura,
é paixão.
Não é razão,
é delírio.
Não é estatísticas,
é explosão.
Não é mercado,
é sensibilidade."
Luis Turiba, poeta
Qtais
Vanessa Aquino
Publicação: 24/03/2014 16:00 Atualização: 24/03/2014 11:01
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