sexta-feira, 26 de julho de 2013

Artista León Ferrari: morreu o grande construtor de sentidos argentino

Leon Ferrari
A guerra, o sexo, a religião e o poder: foram os temas de sempre do provocador León Ferrari, tido como o mais importante artista plástico argentino da segunda metade do século XX e que morreu esta quinta-feira em Buenos Aires.
León Ferrari
Ferrari tinha 92 anos e há vários anos que estava doente com cancro, segundo noticiado pela agência Télam.

 Estava de volta a casa desde 1991, após os 15 anos de exílio brasileiro a que o golpe militar de 1976 e a ditadura argentina o submeteram.
Na altura do golpe militar Ferrari tinha 55 anos e começara a sua carreira há exactamente três décadas, em 1946. A sua primeira exposição internacional tinha acontecido em 1955, em Milão, e dez anos depois começara a ganhar visibilidade com prêmios como o atribuído em 1965 a uma das suas mais emblemáticas obras: 

A Civilização Ocidental e Cristã, uma peça escultórica que mostra um Cristo cruxificado sobre um bombardeiro norte-americano.
Com vários trabalhos de características – nomeadamente temáticas – semelhantes, Ferrari viu-se frequentemente ao centro de polmicas como aquela que, em 2004, levou vários grupos de católicos em protesto ao Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, onde atacaram algumas das obras que tinha numa grande retrospectiva.
Mas Ferrari também sempre ripostou. Aquando da notícia da ascensão de Jorge Bergoglio a 
                                                                      
Papa, por exemplo, falou à Folha de São Paulo: “É um horror, é um horror. Vai ser um Papa muito autoritário, com certeza”, recordava esta quinta-feira o jornal brasileiro.
Homenageado com o Leão de Ouro da 52ª Bienal de Veneza, a mais importante bienal de artes plásticas do mundo, Ferrari teve até dia 2 de Junho uma exposição no Centro Cultural da Memória Haroldo Conti, em Buenos Aires, um centro clandestino da época da ditadura transformado num espaço dedicado às artes e aos direitos humanos.
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 Focando-se no ambiente do atelier do artista, na sua obra e no trabalho do seu único assistente e 
colaborador, Yaya Firpo, a mostra foi comissariada por Andrés Duprat que descreveu Ferrari como “um grande construtor de sentir "fonte Poeta Jandira Costa/http://leonferrari.com.ar/

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