quinta-feira, 8 de novembro de 2012

MUITOS PESOS, NENHUMA MEDIDA!

  
Como vem ocorrendo com grande parte da indústria de transformação brasileira, o setor gráfico enfrenta a concorrência desigual e, em alguns casos, até desleal, de empresas estrangeiras.

Livros, inclusive os comprados pelo governo com o dinheiro do imposto pago pela sociedade,
Foto: "Os livros não matam a fome, não suprimem a miséria, não acabam com as desigualdades e com as injustiças do mundo, mas consolam as almas, e fazem-nos sonhar"
(Olavo Bilac)


*Obrigada a Valt Gonçalves pela imagem
para distribuição aos estudantes de baixa renda, são impressos em gráficas estrangeiras. O mesmo ocorre com outros produtos, como as embalagens.
Foto: "As palavras sempre ficam.
Se me disseres que me amas, acreditarei. Mas se me escreveres que me amas, acreditarei ainda mais.
Se me falares da tua saudade, entenderei. Mas se escreveres sobre ela, eu a sentirei junto contigo.
Se a tristeza vier a te consumir e me contares, eu saberei. Mas se a descreveres no papel, o seu peso será menor.
Lembre-se sempre do poder das palavras.
Quem escreve constroi um castelo, e quem lê passa a habita-lo"
(Silvana Duboc)
No caso dos livros, a situação é mais grave, pois sua entrada no País é absolutamen te isenta de impostos. Os impressos no Brasil também são, mas sua produção e numerosos insumos não são.

Foto: Curiosidades:

Origem dos livros:
Pessoal como falei hoje mais cedo, comemoramos no data de hoje,  o " Dia Nacional do Livro" , mas vocês sabem qual a origem dessa nossa paixão, como nasceram os livros??

Para quem hoje se vislumbra com a praticidade oferecida pelos e-books, nem chega a imaginar o longo caminho percorrido pelos livros na História. Companheiro da escrita, os livros tiveram grande importância para a realização de registros históricos, a compilação de leis e a divulgação de ideias. Atualmente, a produção de livros chegou a tal ponto que, por exemplo, o século XX foi responsável por uma literatura histórica superior a de todos os outros séculos somados juntos!

No Egito Antigo, o ancestral dos livros foi concebido através do papiro. Transformada em atividade importante, a escrita no papiro era exclusivamente executada por uma classe de escribas responsáveis pela leitura e fabricação dos textos oficiais e religiosos. Pesquisadores apontam que as peças de papiro mais antigas já encontradas foram concebidas há três mil anos antes de Cristo. Para se organizar esses documentos, as folhas de papiro eram pregadas umas às outras formando um único rolo.

Por volta do século X a. C., a organização dos documentos escritos ganharam maior funcionalidade com a invenção dos pergaminhos. Apesar de não terem a mesma praticidade dos encadernados, essa base material foi de suma importância para a preservação de importantes textos da Antiguidade, como a Bíblia Sagrada e os escritos de alguns pensadores do mundo clássico. Vale a pena frisar que a qualidade e a resistência dos pergaminhos era superior à do papiro.

A concepção do livro encadernado já era tentada nessa época. Para tanto, pegavam os pergaminhos disponíveis e realizava-se a organização de cada uma das supostas páginas. Conhecidos como codex (códice, em português) essas primeiras edições facilitaram a locomoção e manuseio dos textos escritos. Já nos fins da Antiguidade, por volta de 404, São Jerônimo registrou uma extensa teoria sobre as formas pelas quais seria possível produzir um livro.

No período medieval, o acesso ao mundo letrado ficou praticamente restrito aos clérigos. Boa parte dos livros ficava enclausurada sob a proteção dos mosteiros e tinham sua sabedoria conservada pelo demorado trabalho de monges copistas. Nesse aspecto, é importante ressaltar que a Igreja teve um papel fundamental para que vários textos da cultura grega e romana fossem conservados. Em tal época, era comum que as chamadas iluminuras decorassem o rodapé e os parágrafos dos livros com belas imagens.

Em 1454, o processo de fabricação e divulgação dos livros sofreu um salto qualitativo gigantesco com a invenção da prensa. Desenvolvida por Johannes Gutenberg, essa máquina permitia que o processo de fabricação dos livros fosse dinamizado. Apesar da importância do feito, observamos que na Idade Moderna a leitura e a escrita ainda se conservavam atreladas aos privilégios desfrutados pelas elites. Ler e escrever eram prazeres ainda destinados aos nobres e burgueses enriquecidos.

O século XIX, como filho das inovações tecnológicas, marcou uma época de grandes produções. Vale frisar que o processo de liberalização dos Estados Nacionais teve grande influência na disseminação do ensino público e no consequente incremento do número de leitores. Com o barateamento dos custos de produção, a leitura passou a atingir grandes parcelas da população. A partir de então nasceram os famosos e ainda bastante procurados “best-sellers”.
E estes são muito mais onerosos do que os de concorrentes de nações como a China, por exemplo, onde os salários são muito mais baixos, a tinta e os substratos muito mais baratos, os impostos muito menores, juros irrisórios e parcos investimentos em produção limpa, tudo isso temperado com uma boa dose de câmbio manipulado.
Foto: "Os livros são a prova que os homens são capazes de fazer magia" 
(Carl Sagan)
É muito difícil competir nessas condições, mesmo para um setor que, como o gráfico, tem investido muito em tecnologia, processos e formação de recursos humanos. Somente na compra de máquinas e equipamentos foram aplicados cerca de US$7,5 bilhões entre 2006 e 2011.

fonte:Fábio Arruda Mortara | M.A., MSc., empresário, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) | (GC) e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de São Paulo (Sindigraf-SP)/IMAGENS retirada facebook

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